domingo, 15 de maio de 2011

Por que não pensamos nas pessoas com alguma deficiência?

Todos os dias recebo – no mínimo - cinco newsletters (aquelas mensagens com informações de empresas) no meu e-mail particular. Elas representam, para mim, um meio muito prático de conferir as novidades de determinado site, empresa, sem precisar fazer muitas buscas. Por isso, requisito-as sempre que as encontro à disposição em minhas incursões virtuais.

Na instituição onde eu atuo também elaboramos essas “cartas digitais”. Por enquanto, elas são dirigidas ao público interno, como uma ferramenta experimental. Começamos a enviá-las ainda em 2010, mas devido a algumas tribulações internas na instituição, o serviço foi suspenso.

Em 2011, a vida organizacional retomou seu eixo e lá fomos (a equipe da assessoria de comunicação e os gestores) pensar o que iríamos trabalhar nos próximos meses na área de comunicação. House organs, revistas, jornais, e etc. E, finalmente, o mundo digital: a newsletter voltaria com tudo.

Nesse “com tudo”, deparei-me com a seguinte indagação: “Clau, o que é aquela imagem que a Ascom enviava toda sexta?”. A pergunta surgiu da minha colega de trabalho que tem deficiência visual e que para ler o que está disposto no computador utiliza programas de leitura especiais para pessoas tão especiais quanto ela.

Confesso que fiquei triste e pensei: “Por que em nenhum curso, nem em computação gráfica, nem na especialização, nem na graduação, nenhum professor orientou sobre trabalhar a comunicação para pessoas com deficiência?”. Senti que havia uma falha na minha formação e até uma falta de sensibilidade quanto à necessidade de uma funcionária tão ativa (e querida).

Minha colega é graduada em Letras e foi a protagonista de uma tese de mestrado. Ela é um exemplo de garra, profissionalismo e inteligência. Foi através dela que descobri que na Casa de Cultura, em Arapiraca, há um espaço com diversos livros em Braille. Julguei isso realmente incrível. Eles estavam mais avançados do que a assessoria de comunicação.

Depois disso, tivemos que tomar uma atitude, a newsletter passou a ter apenas duas imagens, o “topo” e a “barra”. As notícias são colocadas no corpo do e-mail. Não ficou pomposo, nem cheio de penduricalhos, mas ficou prático. E agora, eu tenho a certeza de que nunca mais esquecerei de atender a necessidade de informação do meu público-alvo especial.

P. S.: Já consultei a cliente em questão e ela afirmou que tem lido com facilidade as nossas newsletters.

Um comentário:

  1. De fato, devemos sempre pensar nas outras pessoas em nossa volta. São muito importantes iniciativas assim, e principalmente o reconhecimento de pessoas que fazem um bom trabalho. Parabéns...

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